eu quero passar, eu vou passar, eu estou passando.
tire essas tralhas do caminho que eu passarinho. que eu me encho de migalhas.
eu apaguei textos escritos, eu mantive textos ocultos, e eu mando que tirem o entulho do caminho que eu estou passando e passo sem pestanejar.
eu chorei quando devia rir e eu ri quando devia chorar. de um jeito entranho, eu paguei as minnhas dívidas e, portanto, pago o que for preciso pra eu passar.
NO MEIO DO CAMINHO TINHA UM CAMELÔ QUE VENDIA UM COLETE DE CULPA ULTRA-RESISTENTE AOS BURACOS DE PULGA. MAS ELE NÃO ME PEGOU. QUE PEDÁGIO PRA MIM É COMER POEIRA E CAGAR MELADO.
estou sozinha: eu não estou com a zica, eu não estou com a pá virada, eu não estou com o tinhoso. e o que não me acompanha só me faz mais forte.
a solidão não me intimida: nem sou sua aliada nem quero ver o seu oco. eu só não bebo mais com o acaso e não danço mais com a sorte.
porque as companhias radioativas dão um vômito de borracheira e as compahias etílicas dão uma ressaca de porre. e as companhias herdadas nos dão, no máximo, uma caneta ou um broche com sua marca.
eu estou passando essa estrada cheia de buracos. eu estou passando sem lenço e sem documento, mas com munição. tirem essas caras de horror que eu quero passar sem um pingo de sangue sobre o chão.
ainda que eu derrube um balde de dor.
nem a tevê e as gruas estanques, nem os etês, as putas, os punks: nada vai me impedir de passar. é o tempo que eu investi que eu vou sacar.
é o tento daquele rude blefe de antes.
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