quarta-feira, 23 de julho de 2008

tire essa culpa do caminho que eu quero passar

eu quero passar, eu vou passar, eu estou passando.
tire essas tralhas do caminho que eu passarinho. que eu me encho de migalhas.
eu apaguei textos escritos, eu mantive textos ocultos, e eu mando que tirem o entulho do caminho que eu estou passando e passo sem pestanejar.
eu chorei quando devia rir e eu ri quando devia chorar. de um jeito entranho, eu paguei as minnhas dívidas e, portanto, pago o que for preciso pra eu passar.
NO MEIO DO CAMINHO TINHA UM CAMELÔ QUE VENDIA UM COLETE DE CULPA ULTRA-RESISTENTE AOS BURACOS DE PULGA. MAS ELE NÃO ME PEGOU. QUE PEDÁGIO PRA MIM É COMER POEIRA E CAGAR MELADO.
estou sozinha: eu não estou com a zica, eu não estou com a pá virada, eu não estou com o tinhoso. e o que não me acompanha só me faz mais forte.
a solidão não me intimida: nem sou sua aliada nem quero ver o seu oco. eu só não bebo mais com o acaso e não danço mais com a sorte.
porque as companhias radioativas dão um vômito de borracheira e as compahias etílicas dão uma ressaca de porre. e as companhias herdadas nos dão, no máximo, uma caneta ou um broche com sua marca.
eu estou passando essa estrada cheia de buracos. eu estou passando sem lenço e sem documento, mas com munição. tirem essas caras de horror que eu quero passar sem um pingo de sangue sobre o chão.
ainda que eu derrube um balde de dor.
nem a tevê e as gruas estanques, nem os etês, as putas, os punks: nada vai me impedir de passar. é o tempo que eu investi que eu vou sacar.
é o tento daquele rude blefe de antes.

Nenhum comentário: